31 outubro, 2013

Macau: maior centro de jogo a nível mundial


Macau, outrora colónia administrada por Portugal durante mais de 400 anos, é actualmente um dos maiores mercados do jogo a nível mundial (uma Las Vegas asiática, mas ainda maior) com um específico quadro jurídico renovado. Baseado na teoria do ‘privileged business’ (conhecimento privilegiado), a exploração de jogos de fortuna e azar é um exclusivo do Executivo da RAE Macau (China), e a exploração desta actividade é realizada apenas por alguns concessionários que cumpram requisitos rigorosos relativamente à idoneidade dos operadores e à sua capacidade financeira.

Em troca pelas concessões de jogo, os concessionários pagam prémios, taxas e impostos significativos, e estão vinculados à realização de um programa de relevantes investimentos na Região. Os concessionários dos casinos estão sujeitos a um elevado nível de controlo pelo Executivo no quadro de uma relação reguladas pelo princípio da absoluta transparência (full disclosure) e estreita cooperação, e têm que cumprir leis e regulamentos contra o branqueamento de capitais.

Além disso, de modo a assegurar o cumprimento das suas obrigações para com a Região, os concessionários prestam garantias financeiras significativas. Não obstante um enquadramento regulamentar restritivo, no sentido de que o jogo ainda permanece um monopólio público, o novo regime jurídico do jogo em casinos introduziu concorrência no mercado do jogo. O anterior monopólio de exploração foi substituído pelo oligopólio e, além disso, os regulamentos dos casinos estabelecem que os promotores de jogo podem trabalhar com mais do que um concessionário, e que as operações de crédito em casinos não são consideradas usura em certas circunstâncias.

A Sociedade de Jogos de Macau anunciou lucros líquidos de 544 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2013, mais 11,6% do que no período homólogo de 2012. Entre janeiro e outubro, as receitas brutas do sector do jogo da Região Administrativa Especial chinesa ascenderam a mais de 27 mil milhões de euros, mais 18,4% do que no período homólogo do ano passado.

Para terem uma ideia, Macau tem uma economia apoiada no turismo e no jogo, onde nos os últimos dez anos foram de grande crescimento para a chamada Pérola do Oriente - o PIB de Macau tem crescido em média acima dos 10% e em 2011 chegou mesmo a aumentar 20%. Em 2013 deverá voltar a crescer 10%. Macau não tem dívida externa nem dívida pública, e a região tem um excedente orçamental que ultrapassa 25% do Produto Interno Bruto.

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25 outubro, 2013

Regulação dos jogos e apostas online: Autorização legislativa pelo OE 2014


O surgimento e crescimento da indústria de jogo online na europa e mundo na última década foi exponencialmente idêntico ao investimento dos últimos governos e empresas nas novas tecnologias em Portugal. Hoje grande parte da população tem acesso aos mais variados produtos (pc, notebook, tablet ou smartphone) tudo através de um serviço de rede de internet de excelência. Nós conseguimos estudar, trabalhar, negociar ou divertirmo-nos através de um simples clique.

Mas apesar de todo este desenvolvimento tecnológico Portugal não acompanhou o pioneirismo e preocupação de alguns países em legislar sobre alguns segmentos de mercado, tais como o jogo e apostas desportivas online, que claramente chocam com as formas de negócio tradicionais (jogos SCML e casinos) que obviamente não estão preparadas para defender o seu monopólio porque as leis de jogo portuguesas não complementam a vertente online. Existiram umas actualizações da lei há uns anos ao proibir completamente a publicidade e práctica do jogo a dinheiro na internet, mas na verdade os resultados da aplicação sancionatória (no segundo caso) são quase nulos por variadas razões.

Pois bem, com tudo isto, foi preciso esperar por outubro de 2013 para verificar no Orçamento de Estado para 2014 que este governo PSD/CDS quer inverter este grande vazio legal, depois de anos a fio de promessas para legislar o jogo e as apostas desportivas online. O plano para regulamentar este mercado conheceu finalmente a luz do dia, e o caminho terá que passar numa primeira fase pela aprovação da lei, e depois passar ao mais difícil quanto a mim, a elaboração de uma legislação que vá de encontro aos melhores exemplos aplicados em outros estados europeus e que complementem a imparcialidade, oportunidade, concorrência, equilíbrio e proporcionalidade.

Proposta de lei do Orçamento de Estado 2014 nº 178/XII do Artigo 230.º

Autorização legislativa no âmbito da regulação dos jogos e apostas online

1 - Fica o Governo autorizado a legislar sobre a exploração e prática de jogos de fortuna ou azar e apostas, quando praticados à distância através de suportes eletrónicos, informáticos, telemáticos e interativos instalados em Portugal, e as suas modalidades afins e adiante designados por jogos e apostas online.

2 - O sentido e a extensão da autorização legislativa referida no número anterior, são os seguintes:

a) Definir os termos e condições em que o Estado vai concessionar a exploração da prática de jogos e apostas online;

b) Estabelecer o regime da concessão, bem como os direitos e obrigações dos concessionários e a violação dos deveres a que se encontram adstritos;

c) Definir o regime de tributação aplicável ao exercício da atividade de jogos e apostas online, bem como as demais condições financeiras da concessão, incluindo as contrapartidas devidas;

d) Estabelecer, em função da natureza dos jogos e apostas online, os requisitos que permitam evitar o acesso a menores e incapazes e impedir a utilização de imagens, de mensagens ou objetos que atentem, direta ou indiretamente, contra a dignidade das pessoas e os direitos e liberdades fundamentais ou qualquer forma de discriminação, que incitem à violência ou à prática de atividades ilícitas;

e) Consagrar a responsabilidade criminal das pessoas singulares e das pessoas coletivas ou entidades equiparadas, qualquer que seja a sua forma jurídica, bem como a responsabilidade das mesmas pelas infrações cometidas pelos seus órgãos ou representantes;

f) Prever a responsabilidade subsidiária dos administradores, gerentes e outras pessoas que exerçam, ainda que somente de facto, funções de administração nas entidades referidas na alínea anterior, pelo pagamento de multas, coimas e outras prestações em que forem condenados os agentes das infrações, relativamente a factos praticados no período do exercício do seu cargo;

g) Definir como crime as seguintes condutas:

i) A prática da exploração ilícita de jogos e apostas online;

ii) A coação à prática de jogos e apostas online;

iii) Os jogos e apostas online fraudulentos.

h) Definir um quadro sancionatório no âmbito dos ilícitos contraordenacionais;

i) Proceder à revisão da legislação que regula as entidades que exercem a inspeção tutelar do Estado em matéria de exploração e prática de jogos de fortuna ou azar e apostas, conferindo-lhes as atribuições, competências e prerrogativas de autoridade necessárias regulação, fiscalização e inspeção dos jogos e apostas online;

j) Proceder às alterações que se revele necessário introduzir no Decreto-Lei n.º 422/89, de 2 de dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 10/95, de 19 de janeiro, pela Lei n.º 28/2004, de 16 de julho, pelo Decreto-Lei n.º 40/2005, de 17 de fevereiro, pela Lei n.º 64/2008, de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro, por forma a adequar a sua aplicação aos jogos e apostas online.

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21 outubro, 2013

Ligas de futebol com maior facturação mundial. Brasil e Portugal destacados


De acordo com um estudo realizado pelo consultor Amir Somoggi, o Brasil é presentemente o sexto mercado entre as principais ligas do futebol mundial. Os 20 clubes com maiores receitas do futebol brasileiro registaram uma facturação acumulada de 898 milhões de euros em 2012.

De forma a facilitar a comparação com as ligas europeias, Somoggi – um dos principais especialistas em gestão e marketing desportivo no Brasil – seguiu os mesmos parâmetros de análise da Deloitte, que toma em consideração unicamente as chamadas “receitas operacionais tradicionais” dos clubes (estádios/bilheteira, quotizações, direitos televisivos, receitas comerciais) e exclui as receitas com transferência de atletas, os proveitos financeiros e a venda de imobilizado.

Os clubes brasileiros apresentaram uma profunda evolução nas suas receitas nos últimos anos. Actualmente o mercado brasileiro é o maior fora da Europa e o sexto na comparação com as outras ligas mundiais, segundo Somoggi da Futebol Business.

O Brasil, aliás, está muito próximo do quinto posto global, actualmente ocupado pela França. A diferença das receitas geradas pelos 20 clubes brasileiros em comparação com os 20 clubes da Ligue 1 foi de apenas 202 milhões de euros em 2012. Em 2008, a diferença era 697 milhões de euros. O consultor destaca igualmente o facto de os clubes brasileiros terem sido dos que mais cresceram em 2012: a subida de +15% nas receitas tradicionais só foi batida, curiosamente, pelo incremento de +27% registado pelos 16 clubes da Liga portuguesa (Zon/Sagres).

A Liga Portuguesa gerou receitas de 298 milhões de euros em 2011/2012, enquanto na temporada anterior a facturação se ficara pelos 234 milhões de euros.

Apesar de a Liga Portuguesa figurar neste Top 10, três outras ligas mundiais terão muito provavelmente uma facturação superior. A liga norte-americana (MLS) é muito sigilosa relativamente às suas contas, mas fontes independentes costumam apontar uma receita agregada anual na região dos 500 milhões de dólares (cerca de 370 milhões de euros). Outra liga não acompanhada pela Deloitte – a do México – terá receitas globais de 580 milhões de euros por ano. Os 24 clubes da divisão secundária inglesa (Championship), por outro lado, tiveram uma facturação conjunta de 588 milhões de euros em 2011/2012 – quase o dobro das receitas da liga portuguesa no mesmo período.

Ligas com maior facturação do futebol mundial

1- Premier League, 20 equipas, 2.917 milhões de euros, com uma variação anual de +4%
2- Bundesliga Alemã, 18 equipas, 1.872 milhões de euros, com uma variação anual de +7%
3- Liga espanhola, 20 equipas, 1.765 milhões de euros, com uma variação anual de +3%
4- Série A Italiana, 20 equipas, 1.570 milhões de euros, com uma variação anual de +1%
5- Ligue 1, 20 equipas, 1.136 milhões de euros, com uma variação anual de +9%
6- Campeonato Brasileiro (Brasileirão), 20 equipas, 898 milhões de euros, com uma variação anual de +15%
7- PL Rússia, 16 equipas, 636 milhões de euros, com uma variação anual de 0%
8- Superliga Turquia, 18 equipas, 444 milhões de euros, com uma variação anual de -14%
9- Eredivisie Holanda, 18 equipas, 434 milhões de euros, com uma variação anual de +1%
10- Liga Zon/Sagres (Portugal), 16 equipas, 298 milhões de euros, com uma variação anual de +27%

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16 outubro, 2013

Jogo Online: Parlamento Europeu aprovou Resolução que incentiva UE a assumir um papel mais importante


O Parlamento Europeu aprovou por maioria absoluta o relatório sobre os jogos de fortuna e azar online, incentivando a União Europeia a assumir uma maior liderança e actuação. A resolução foi aprovada com 572 votos a favor, 79 contra e 61 abstenções. Dois dos principais aspectos a serem levados em conta foi a de garantir uma maior cooperação entre os Estados-Membros em matérias de protecção dos consumidores e lavagem de dinheiro.

O relatório, que foi dirigido pelo deputado conservador britânico Ashley Fox, oferece uma ampla variedade de propostas para a União Europeia e Estados-Membros tendo em vista o próximo novo (vai haver eleições europeias) Parlamento Europeu e Comissão em 2014.

Maarten Haijer secretário-geral da EGBA, sobre estes resultados disse: "Esta votação, que é o terceiro relatório sobre o jogo online no mandato deste Parlamento Europeu, destaca mais uma vez o crescente interesse da União Europeia em agir e assumir a sua responsabilidade nesta área.

Muito embora o relatório para o jogo online não se refira a uma harmonização do sector, este no entanto, destaca o apoio à nova acção da União Europeia em muitas áreas, tais como relativas aos serviços de identificação e de verificação electrónica do cliente e consequente reforço de cooperação transfronteiriço entre Estados-Membros. Estas iniciativas são cruciais para acelerar os procedimentos de identificação, simplificar os processos de licenciamento e reduzir ou eliminar encargos administrativos desnecessários para os operadores online transfronteiriços.

Por fim, mas não menos importante, a votação reitera de acordo com relatórios parlamentares anteriores, o apoio político do Parlamento Europeu à Comissão Europeia, para finalmente, dar início à abertura de processos por infracção contra os Estados-Membros que continuam a violar a legislação da União Europeia. Esta é a única forma de garantir uma oferta regulada atraente e competitiva e evitar assim a debandada dos consumidores para websites que são mais competitivos, mas não regulamentados."

O relatório do Parlamento Europeu acontece um ano após a aprovação da Comissão Europeia para adopção para o plano de acção para o jogo e apostas online e coloca os "holofotes" sobre o Comissário Michel Barnier para que cumpra as promessas de tomar medidas contra os Estados-Membros que não estejam em conformidade com as normas da União Europeia. Assim para a maior parte dos Estados-Membros voltarem a regular novamente os seus mercados, o risco de não agir pode não só comprometer o trabalho da Comissão Europeia, como também criar incerteza jurídica para os operadores europeus licenciados.

Já a opinião da Remote Gambling Association, a RGA, é mais crítica sobre esta resolução do PE. Mesmo apesar da RGA considerar alguns aspectos positivos neste relatório, estes estão decepcionados com alguns pontos de vista infundados sobre o sector de jogos de azar online, onde parecem ter sido usados para justificar restrições injustificáveis às liberdades que, geralmente, estão associados ao Mercado Interno.

A resolução do Parlamento Europeu tem uma série de elementos positivos para operadores privados e licenciados de jogo online. Em particular, a resolução promove a cooperação entre os reguladores nacionais de jogo de fortuna e azar, e benefícios dos procedimentos de licenciamento mais transparente, e a necessidade de evitar encargos administrativos sem qualquer lógica. Bem acolhida foi também a a medida que insta a Comissão Europeia a aplicar o direito comunitário e, se necessário, aplicar processos por infracção contra os Estados-Membros que não cumpram com as regras do Mercado Interno.

Por outro lado, e infelizmente, a resolução do Parlamento Europeu parece ter sido indevidamente influenciada por membros do Mercado Interno e Proteção dos Consumidores (IMCO) que se opõem à abertura dos mercados às empresas de jogo online do sector privado devidamente licenciadas. Ao fazê-lo, têm reiterado os mesmos argumentos de protecção ao consumidor para justificar a manutenção de barreiras à entrada no mercado.

Enquanto RGA apoia activamente a necessidade de proteger os menores, os mais vulneráveis​​, como também todos os consumidores compulsivos, as preocupações nesta área devem ser dirigidas através de regimes de concessão de licenciamento viáveis e coerentes nos Estados-Membros que implementem de modo não discriminatório e a todos os tipos de operadores.

A Remote Gambling Association compartilha o desejo do Parlamento Europeu em salvaguardar a integridade no desporto. No entanto, constitui um erro fundamental sugerir que a indústria de apostas desportivas online licenciadas representam uma ameaça. Pelo contrário, os operadores plenamente certificados estão a trabalhar activamente com diversas organizações nacionais e internacionais, como o Comité Olímpico Internacional e o Conselho da Europa, para ajudar a identificar e combater as verdadeiras causas de preocupação, que tendem a ser associadas com empresas criminosas e participantes desportivos corruptos.

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14 outubro, 2013

Branqueamento de capitais no futebol: exemplo prático


O relatório de actividades de 2012 publicado recentemente pela TRACFIN, em França, dedica várias páginas aos riscos crescentes de lavagem de dinheiro no sector do desporto profissional, em particular na indústria do futebol. “O contexto de crise económica e financeira global fez aumentar o risco de ingerência ou infiltração de capitais de origem duvidosa/criminosa no sector. A indústria do futebol movimenta milhões e apresenta uma vulnerabilidade acrescida perante o risco de lavagem de dinheiro, lê-se no documento.

Criado em 1990, a TRACFIN – acrónimo de “Traitement du renseignement et action contre les circuits financiers clandestins” (tratamento da informação e acção contra os circuitos financeiros clandestinos) – é um organismo dependente do Ministério francês da Economia e Finanças e tem como missão o combate ao branqueamento de capitais, ao financiamento do terrorismo e a outras operações financeiras ilegais.

Esta “polícia financeira” tem acesso a todas as contas bancárias abertas em França e em 2012 investigou mais de 30 mil casos suspeitos, dando origem a 522 processos instaurados pelas autoridades judiciais e outros 679 abertos por autoridades administrativas, fiscais, etc.

O relatório da TRACFIN inclui um esquema gráfico comum exemplo de lavagem de dinheiro operada através da transferência de um futebolista, com intervenção de fundos de investimento. Graças a esta operação, uma soma considerável de dinheiro é branqueada e transferida de um paraíso fiscal (ou “país com fiscalidade privilegiada”, nas palavras da TRACFIN) para uma praça financeira europeia.

Veja-se como tudo é fácil usando como exemplo a foto guia de apresentação deste post. O clube A, em dificuldades financeiras, é comprado pelo fundo de investimento 1, com sede num paraíso fiscal (“País Alfa”). O clube consegue, dessa forma, evitar a falência iminente. Uns meses mais tarde, o clube B, na América do Sul, compra um jogador do clube A por 15 milhões de euros. Este clube B é detido pelo fundo de investimento 2, igualmente domiciliado num paraíso fiscal (“País Beta”).

Na sequência das investigações, a TRACFIN descobre que os dois fundos de investimento em causa (1 e 2) estão associados diretamente à mesma pessoa (o Senhor X, com ligações ao mundo do crime organizado de um país da América do Sul). Sob a capa de uma transferência entre dois clubes, o Senhor X movimentou desta forma uma soma importante de origem duvidosa, colocando-a numa praça financeira europeia.

Critérios de Alerta de Branqueamento de capitais no futebol

1) Clube que apresente dificuldades financeiras;

2) Dúvidas sobre a origem dos fundos;

3) Modalidades de transferência:

a) relativas ao jogador transferido ( jogador em final de carreira ou lesionado)
b) relativas ao clube de onde foi transferido ( jogador pouco influente na equipa)
c) relativas aos países implicados na transferência
d) relativas às ligações entre os dois clubes envolvidos na transferência

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11 outubro, 2013

Naming rights: Estádio Santiago Bernabéu para Estádio Microsoft...uma questão de milhões


De acordo com a Imprensa económica espanhola, o presidente do Real Madrid está a negociar os “naming rights” do Estádio Santiago Bernabéu. A lista de eventuais interessados inclui parceiros actuais do clube como a Audi, a Emirates ou a Microsoft. O preço, no entanto, deverá ser um problema. O presidente Florentino Pérez quer alargar as fontes de receita do clube e aparentemente está a exigir uma verba próxima dos 50 milhões de euros anuais – um montante absurdo, na opinião de vários especialistas contactados pelo diário alemão “The Wall Street Journal Deutschland”.

A Espanha não tem tradição nesta área de negócio. O único estádio espanhol com “naming rights” é presentemente o Iberostar Estadio, de Palma de Maiorca. O recinto do CA Osasuna voltou a ter a denominação original – El Sadar – e deixou de ser conhecido como Estádio Reyno de Navarra (o governo regional pagava 1,5 milhões de euros/ano, mas a crise obrigou a fechar a torneira).

O Espanyol de Barcelona anda há anos à procura de uma empresa que queira investir no “naming rights” do estádio Cornellà - El Prat, inaugurado no verão de 2009 (o clube quer 6 milhões de euros/ano, mas o mais provável é que aceite um quarto daquele valor).

Aquela verba de 50 milhões de euros/ano exigida por Florentino Pérez está, além disso, totalmente desenquadrada do padrão europeu. Segundo as contas da agência de marketing desportivo Repucom, os contratos de “naming rights” na Alemanha e na Inglaterra – os países europeus com maior tradição nesta área – envolvem em média 2,5 milhões a 2,7 milhões de euros anuais, respetivamente.

A seguradora Allianz, por exemplo, paga seis milhões de euros por temporada pelo “naming rights” do estádio dos campeões europeus, o Bayern de Munique. O contrato mais elevado, na Europa, ronda os 9,5 milhões de euros – o montante que a simpática Etihad Airways paga anualmente ao clube irmão Manchester City.

O facto de o Real Madrid ter um estádio com um nome histórico – profundamente enraizado na tradição futebolística espanhola e mundial – poderá ser um entrave nas negociações de “naming rights”. Florentino Pérez deixou entender que qualquer denominação nova incluirá sempre o nome Bernabéu (por exemplo, “Estádio Microsoft Bernabéu”).

A experiência na Alemanha e na Inglaterra, no entanto, tem demonstrado que, no caso dos estádios mais antigos, é por vezes difícil “convencer” os adeptos e os média a dizer adeus ao nome tradicional.

O Hamburgo SV, por exemplo, foi um dos pioneiros na venda de “naming rights” do seu estádio. O recinto já se chamou AOL-Arena (2001-2007), HSH Nordbank (2007-2010) e Imtech Arena (2010-2016). Para o adepto comum, no entanto, o Hamburgo SV continua a jogar onde sempre jogou – no Volksparkstadion.

Na Bundesliga, 84% dos “naming rights” são subscritos por empresas sediadas na região do estádio.

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04 outubro, 2013

Bélgica - A seleção outsider das casas de apostas


Custa-me dizer isto mas acho muito sinceramente que a maior candidata a ocupar o lugar de Portugal como principal outsider nas próximas competições internacionais será a Bélgica. O potencial é visível mesmo não tendo uma figura de primeira linha mundial, mas são todos muito semelhantes no seu valor global, que já é acima da média. Esta Bélgica ficou apurada para o Mundial com grande superioridade – oito vitórias e dois empates em 10 jogos num grupo onde também estavam Croácia, Sérvia, País de Gales e Escócia.

Os Diabos Vermelhos foram apontados tantas vezes como os outsiders a ter em conta que já deixaram de o ser: as casas de apostas colocam-nos no quinto lugar de candidatos a vencer o Mundial, apenas atrás de Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha. Em média, cada euro apostado no triunfo belga multiplica-se por 14 euros. Em julho de 2010, na ressaca de um campeonato na Àfrica do Sul onde nem sequer estiveram, rendia 500 euros; há apenas um ano, ainda pagava mais de 150 euros.

Mas, ao contrário do que sucedeu em outros países que produziram gerações de ouro nos últimos anos, a Bélgica não precisou de procurar muito para chegar aos craques do momento. Olhando para os 25 convocados por Marc Wilmots para a dupla jornada de encerramento da fase de qualificação, percebe-se que quase metade deles transferiram-se para clubes estrangeiros ainda antes de completarem 20 anos. Portanto, mais do que de uma mina de ouro, o futebol belga está a recolher os frutos da geração Erasmus, o programa universitário que permite aos jovens enriquecerem-se com estudos no estrangeiro.

Os dados estão aí para prová-lo: Hazard foi para os franceses do Lille com 15 anos, Vermaelen e Vertonghen para os holandeses do Ajax com 15 e 16 anos, respetivamente, e Zakaria Bakkali, o craque do futuro, está no PSV Eindhoven desde os nove anos! A lei laboral do país é que será um problema incontornável, pelo menos enquanto não for mudada: na Bélgica, estão proibidos os contratos profissionais com menores de 17 anos, quando na maior parte dos países podem ser rubricados a partir dos 16 anos.

Seja no estrangeiro ou no próprio país, a verdade é que o valor de mercado estimado da seleção belga está ao nível das melhoras da Europa, apenas claramente superada por Espanha e Alemanha. Os dados são do sítio especializado em transferências Transfermarkt.de e mostram que a última convocatória da Bélgica valia 354 milhões de euros, com uma desvantagem marginal em relação à França e à Itália.

Para se ter uma ideia, basta dizer que a equipa às ordens de Marc Wilmots vale mais 35 milhões do que a de Portugal, apesar de Cristiano Ronaldo, avaliado em 100 milhões de euros. A diferença é que nos Diabos Vermelhos há 17 futebolistas avaliados em mais de 10 milhões de euros, enquanto que na equipa de Paulo Bento há apenas oito.

Existiu uma explosão de imigrantes nos últimos 10-12 anos o que acabou por ser uma bênção para o futebol belga. Há grandes comunidades de africanos, em especial de magrebinos, nas grandes cidades. Antes, os clubes não estavam tão preparados para receber jogadores oriundos de outros países e culturas, mas agora percebem que são uma mais-valia.

Em 2002, Robert Waseige conduziu uma seleção que apenas tinha dois futebolistas negros – os irmãos Mbo e Emile Mpenza. Agora, a realidade é completamente diferente: Benteke nasceu no Congo, Kompany e Lukaku são descendentes de congoleses, Fellaini e Bakkali de origens marroquinas, Dembelé é filho de um maliano, os antepassados de Witsel são da ilha de Martinica, Mirallas é meio espanhol. Todos futebolistas com talento inato a quem foram dadas as oportunidades certas.

Fuga de talentos belgas para o estrangeiro

Thibaut Courtois para o Chelsea/Atlético de Madrid, aos 19 anos
Koen Casteels para o Hoffenheim, aos 19 anos
Toby Alderweireld para o Ajax, aos 15 anos
Thomas Vermaelen para o Ajax, aos 15 anos
Jan Vertonghen para o Ajax, aos 16 anos
Moussa Dembélé para o Willem II, aos 18 anos
Nacer Chadli para o Maastricht, aos 16 anos
Eden Hazard para o Lille, aos 14 anos
Dries Mertens para o Apeldoorn, aos 19 anos
Zakaria Bakkali para o PSV, aos 9 anos
Kevin Mirallas para oLille, aos 17 anos
Romelu Lukaku para o Chelsea, aos 18 anos

Valor das seleções europeias pela transfermarkt.de

1- Espanha: 532 milhões de euros
2- Alemanha: 469 de euros
3- França: 373 de euros
4- Itália: 363 de euros
5- Bélgica: 354 de euros
6- Portugal: 319 de euros
7- Inglaterra: 316 de euros
8- Holanda: 206 de euros
9- Rússia: 202 de euros
10- Croácia: 195 de euros

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02 outubro, 2013

Liga Francesa: O Imposto 75% sobre 1 Milhão de euros


O controverso imposto de 75% sobre os rendimentos superiores a 1 milhão de euros não vai, afinal, estrangular as contas de todos os clubes da Ligue 1 francesa. No ano passado, recorde-se, François Hollande anunciou aquela taxa extraordinária de IRS durante um dos debates televisivos da campanha presidencial francesa. Hollande ganhou as eleições e manteve a promessa, mas a medida acabaria por ser chumbada em dezembro pelo Tribunal Constitucional francês, obrigando o presidente a fazer uma reformulação.

A nova lei, anunciada no final de março, passou a aplicar-se unicamente às empresas, agora obrigadas a pagar o tal imposto de 75% sobre as remunerações milionárias – superiores a 1 milhão de euros – dos seus assalariados de topo. Este imposto excepcional será aplicado unicamente em 2013 e 2014. Prevê-se que a medida afetará cerca de mil indivíduos, entre eles, naturalmente, dezenas de futebolistas da divisão principal francesa, Ou seja, por cada 100 mil euros ganho acima desse valor, 75 mil irão para as finanças. O novo imposto – por vezes também conhecido como “taxa Ibrahimovic”, por se dizer que foi pensado devido ao seu elevado salário.


De acordo com um documento interno da Ligue de Football Professionnel (LFP), que circulou recentemente nas páginas da Imprensa francesa, 14 clubes da Ligue 1 têm pelo menos um assalariado com rendimentos superiores a 1 milhão de euros anuais. O Paris SG tem 21, bem mais do que Marselha (17), Lille (14), Bordéus (14) ou Lyon (13). Cinco clubes não têm qualquer empregado milionário. O Mónaco não está sujeito à legislação fiscal francesa e não tem de se preocupar, portanto, com esta lei.

Pensava-se que a indústria do futebol não seria poupada. As somas astronómicas normalmente associadas aos seus protagonistas (jogadores, treinadores) continuam a dar origem a comentários de revolta, sobretudo neste período de conjuntura económica difícil. Mas a pressão dos patrões do futebol teve efeito.

O Governo introduziu nova alteração, estabelecendo que aquele imposto extraordinário não poderá exceder um tecto máximo de 5% sobre o volume de negócios das empresas. O Paris SG, por exemplo, teve uma facturação de 393 milhões de euros em 2012/2013. O clube deveria pagar um imposto de quase 44 milhões de euros relativo àqueles 21 empregados milionários, mas graças ao tecto não pagará mais do que 19,7 milhões de euros (5% do volume de negócios). Segundo os cálculos da Liga de Futebol Profissional francesa (LFP), cinco outros clubes pouparão alguns milhões com a alteração.

No fundo, apenas os clubes grandes – essencialmenteo Paris SG, mas também o Marselha, o Lyon e o Lille – vão beneficiar de certa medida com a imposição do tecto máximo. Para os outros, nada muda. Não deixa de ser surpreendente que uma medida concebida, à partida, como uma medida de justiça, acabe por favorecer os mais fortes.

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