06 setembro, 2013

Tóquio: sede dos Jogos Olímpicos 2020


Ainda a quase três anos do jogos do Rio de Janeiro´2016, o COI já anunciou a cidade que vai suceder aos brasileiros em 2020, tendo a escolha recaído em Tóquio, capital do Japão. Em tempo de crise, a fiabilidade japonesa assegura, a sete anos de distância e apesar da era de incertezas em que vive a economia mundial. Os 96 elementos do Comité Olímpico Internacional (COI) que fizeram a escolha tiveram pela frente três orçamentos muito semelhantes (entre 2.200 e 2.596 milhões de euros), mas sabiam que, no terreno, a proposta nipónica era mais sólida.

Uma rede de transportes pronta, um parque hoteleiro (140 mil quartos na área metropolitana) incomparavelmente maior do que o de Madrid, capital espanhola e Istambul, entre outros aspectos, jogavam a favor de Tóquio. Mas, além disso, o “Plano de Negócio” era um exemplo perfeito do rigor. A enorme dívida pública do Japão (8,5 biliões de euros em junho deste ano, ou seja duas vezes o Produto Interno Bruto anual) nem sequer foi equacionada. O único problema dissecado à lupa no Congresso de Buenos Aires foi o efeito das fugas radioativas de Fukushima, a 250 quilómetros da capital japonesa.

O Japão fez as contas: a cidade tem um fundo de reserva olímpica de quatro mil milhões de euros, que garante cerca de metade dos gastos totais; o impacto económico dos Jogos será de 30 mil milhões de euros na economia; serão criados mais 150 mil empregos; há uma previsão de receber 8,5 milhões de turistas. Perante isto, e recordando que a pouco conservadora opção de oferecer os Jogos de 2016 ao Rio de Janeiro mantém-se uma dor de cabeça, no que respeita a orçamentos – continuam a deslizar e só para o final de 2013 se promete ter números definitivos –, e que Londres’12, que apostou em estruturas mais amplas e complexas (foi programada em tempos dourados), atingiu os 10,5 mil milhões de euros, Tóquio tinha tudo para vencer.

Os membros do COI asseguram que fizeram a escolha porque o Japão trabalhou melhor nos bastidores, não optaram sem olhar para o passado. Terão recordado que o Império do Sol Nascente organizou já três Jogos Olímpicos. Um de verão (1964) e dois de inverno (Sapporo’72 e Nagano’ 98). Sempre com notável eficiência. Um deles mesmo emblemático. Basta recordar que Tóquio, em 1964, mostrou ao mundo um país moderno, renovado e recuperado, menos de duas décadas depois de ter sido derrotado na II Guerra Mundial e ser bombardeado com duas bombas atómicas, em Hiroshima e Nagasaki. Havia a tradição, a competência e o rigor. Juntou-se lhes o controlo de custos. O êxito era seguro.


O futuro Estádio Nacional de Kasumigaoka, o local mais emblemático dos Jogos Olímpicos de 2020, será construído no local onde ainda se encontra erigido o Estádio Olímpico utilizado na edição de 1964 e terá 80 mil lugares, servirá para as Cerimónias de Abertura e Encerramento, receberá as competições de atletismo, rugby e futebol. Obra de autoria da prestigiada arquiteta Zaha Hadid, estará pronto em 2019 para acolher a Taça do Mundo de rugby. 28 das 33 infraestruturas de Tóquio estão num raio de 8 quilómetros da Aldeia Olímpica. A capital (Tóquio) alberga 10 por cento da população japonesa, com 13,189 milhões de habitantes e é a terceira cidade mais cara do mundo, a seguir a Luanda e Moscovo.


A segurança orçamental foi um dos pontos da candidatura japonesa, que prevê gastar 2,6 mil milhões de euros ao acolher os Jogos Olímpicos. Esta verba estará sobretudo destinada a construir infraestruturas (recorde-se que 15 dos 37 recintos já estão construídos) e a assegurar meios tecnológicos. Mão de obra, cerimónias, transportes, Jogos Paralímpicos e publicidade são outras das principais despesas consideradas. No entanto, os custos podem vir a subir, como tem acontecido nas últimas edições.

Para Londres 2012, no orçamento inicial, avançado em 2005, quando a capital britânica ganhou a candidatura, estavam previstos gastos de cerca de 2,8 mil milhões de euros), um valor que já tinha quadruplicado em 2011 (cerca de 11 mil milhões de euros). Nas contas finais, em outubro de 2012, ficou a conhecer-se que o custo total ficou em 10,5 mil milhões de euros. No caso do Rio de Janeiro, o orçamento apresentado ao COI em 2009 foi de 10,9 mil milhões de euros, considerado um valor “mais realista” face às derrapagens que acontecem e que, no caso dos brasileiros,
poderão ser percebidas no final de 2013.

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3 comentários:

  1. Na 1º imagem parece que estou a ver a ponte Vasco da Gama! Os jponenses não podem ver nada!

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  2. Se ainda fosse em Madrid podiam vir a ser os meus primeiros jogos olímpicos comigo presente, agora em Tóquio só se entretanto for promovido 3x ou ganhar um euromilhões.

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  3. Não consigo entender porque os japoneses depois de terem arrecadado os Jogos Olímpicos apenas agora se aperceberam dos custos megalómanos dos seus projetos! Quero dizer com isto, que acabei de ler que o estádio apresentado já não será este na maquete, mas um outro bem mais modesto. Por aqui se verifica como vai as organizações desportivas que dão os jogos a um país, que em verdade vence outras candidaturas mais realistas em detrimento de uma mentira.

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