19 maio, 2011

FC Porto vencedor da Liga Europa 2010/2011. Portugal vence ranking da UEFA


Se algum adepto do FC Porto sonhava, 12 meses depois, vencer a Liga Portuguesa e Liga Europa, além da Supertaça e Taça de Portugal, os meus parabéns é um grande optimista. Poucos clubes no Mundo podem gabar-se de permitir oscilações desportivas de um ano para o outro e vencer tão categoricamente como fez o Porto versão 2010/2011.

Com André Villas-Boas no comando, foram 27 vitórias e três empates nos 30 jogos disputados na Liga Portuguesa, mais o brilharete de conseguir o recorde europeu de 37 golos na vitoriosa campanha na Liga Europa concluída em Dublin. Alguns avançam já a possibilidade, deste Porto, repetir a dose europeia de José Mourinho (2002/2004), em vencer dois anos seguidos competições europeias. Para a próxima temporada, falamos da Liga dos Campeões. Será assim? Certamente, e tal como abrir este post, haverá optimistas.

Na Dublin Arena, apesar de ter sido um jogo morno, o Porto não chegou a ser seriamente ameaçado pelo Braga. Na primeira parte, os bracarenses conseguiram impor o seu jogo, dificultando o rival com uma marcação bastante forte que arrefeceu o sector de criação portista. Domingos Paciência viveu, por assim dizer, dois momentos. Acertou ao surpreender e mandar para o palco do jogo dois médios defensivos (Custódio foi titular com Vandinho, rendendo Leandro Salino), que pudessem anular a criatividade de João Moutinho e principalmente Freddy Guarin. Mas falhou ao arriscar Rodriguez no centro defensivo, visto que o peruano, como se viu, esteve longe de seu melhor.

Durante 43 minutos, a mudança de Domingos no meio-campo deu certo. Guarin até nem esteve mal, visto que mesmo fortemente marcado, tentou movimentar-se e, de alguma forma, “libertou” espaços para Hulk comandar as acções portistas descaindo pela direita. O brasileiro fez a vida difícil a Sílvio –embora sem encontrar Falcão, bem acompanhado pela defesa do Braga. Os minhotos pouco avançavam, é verdade, mas como conseguiram conter o ímpeto portista, e ganharam o meio-campo. O homem da ligação seria Hugo Viana, mas este, não esteve bem na ligação ao ataque.
Aos poucos, porém, Guarin começava a encontrar espaços vazios, caindo mais na ala direita, e numa dessas situações, após um passe errado de Rodriguez, cruzou a bola para a cabeça de Falcão, sem o acompanhamento de Paulão. Golo do título. Para aqueles que pensaram que o jogo iria abrir, puro engano. As duas equipas conheciam-se bem. De um lado, o Braga sabia que não adiantava abrir-se e mudar o sistema de jogo. Do outro, o Porto também sabia que o Braga não iria alterar e por isso preocupou-se essencialmente em manter o domínio do jogo.

Não foi, uma exibição “à Porto”. Mas foi a actuação de uma equipa que, mesmo quando não estava bem, adaptou-se às suas dificuldades e às impostas pelo arsenalistas para tomar conta de um jogo, em que os nervos, naturalmente, ficam mais aflorados, como é o caso de uma final europeia. O Braga, por sua vez, fez o que pode. Defendeu bem, como foi seu apanágio, e teve apenas uma (e fatal) falha. Domingos Paciência ainda mexeu na segunda parte, ao substituir Rodriguez e lançar Kaká e Mossoró. Este último, acabou por ter nos pés a única oportunidade de ouro para empatar, mas permitiu a defesa a Helton. Alan, de quem se esperava muito, esteve completamente ausente. E Lima, na frente, não teve uma única possibilidade de visar a baliza do Porto.

Após o final, muito se falou que foi um jogo fraco, abaixo do esperado. De facto, a partida não foi emocionante. Porém, se faltou brilho, é inegável que o jogo em si foi motivo de orgulho para Portugal.

Independentemente desta final "portuguesa" ter sido conquistada mais “força” do que “na técnica”, pode-se concluir que o processo europeu portista foi concluído com êxito. Mais do que nos números (além dos 37 golos, foram 12 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas). Foi bem destacado a segurança de Fernando, a visão de Moutinho, o grande momento de Guarin e os golos de Falcão e Hulk – sem esquecer a regularidade de Varela.

Os resultados de Villas-Boas, por sua vez, já superam os de José Mourinho no comando dos dragões, tanto pelos obtidos na Liga Portuguesa como pela série de conquistas na mesma época. Sinais, naturalmente, que só espelham mais ainda a confiança portista para a época 2011/2012. E após uma série tão avassaladora de títulos – agora inclusive europeus –, e a regularidade acima da média apresentada em 2010/11, fica a dúvida, dentro e fora de portas: quem pode travar o FC Porto?

Apesar da derrota, o Sporting de Braga despede-se da temporada com o orgulho inabalado. Durante quase a primeira parte inteira, a equipa, embora dominada, soube neutralizar um rival muito superior. Errou uma vez e acabou sem o título. O Braga, fez o que pode e dentro de suas opções e da sua conhecida forma de jogar, foi guerreiro e fez uma bom jogo.

Não se pode esquecer o que este Braga, como “equipa”, mostrou. Foi mais "colectivo", por exemplo, do que Benfica, Dínamo de Kiev e Liverpool. Todos bem superiores sob vertente técnica, mas que como grupo, não mostraram em campo e sucumbiram à organização bracarense.

O saldo da aventura bracarense é altamente positivo. Foi vice-campeão da Liga Europa, estreou-se na Champions League com vitórias contra equipas tradicionais, como Celtic, Sevilha e Arsenal, além da certeza de que voltará à Liga Europa em 2011/12, ainda que sem grande parte dos que estiveram na Irlanda.

Os clubes portugueses presentes nas competições europeias, esta temporada, despediram-se com resultados históricos. Não só pelo título da Liga Europa conquistado pelo FC Porto, mas também pelos números. Portugal chegou ao sexto lugar do ranking da UEFA e esta época, já garantiu o posto de melhor representação da Europa, mesmo que o Manchester United vença a Liga dos Campeões. Com 18,800 pontos, Portugal já não pode ser mais ultrapassado pela Inglaterra, que tem 18,357 pontos.

Além disso, os clubes portugueses recuperaram uma vaga na fase de grupos da Champions League, e terão agora três equipas na edição 2012/13. Se o FC Porto tivesse ganho ao Villarreal na segunda mão da meias-finais, Portugal podia entrar na época 2011/12 com o quinto lugar, visto que a temporada 2006/07 francesa (país que vem logo a frente no ranking geral) vai tirar bastante pontuação aos gauleses. Caberá, portanto, a FC Porto e Benfica, na Liga dos Campeões, e Sporting, Braga, Vitória de Guimarães e Nacional, na Liga Europa, defender os pontos portugueses na próxima temporada.

Para o fim, deixo o resultado da sondagem do Aposta X, sobre quem venceria a Liga Europa. Desde já obrigado a todos que participaram.

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4 comentários:

  1. Parabéns à melhor equipa portuguesa e que está claramente entre as quatro melhores europeias desta época. No mínimo ao nível de Real e Manchester United, se é que não estão mesmo mais fortes que esses.

    Pouco há a dizer, resta esperar que para o ano não estejam tão fortes para dar hipóteses aos restantes mortais.

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  2. Esta é uma conquista pelo futebol português e queremos ganhá-los de próximo ano euro tão boa sorte....:)

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  3. É quase irreal uma equipa de Portugal conseguir vencer 3 taças europeias em menos de 10 anos, numa europa do futebol dominada por apenas alguns. Força Portugal

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  4. Take my photos down off your blog. I've warned you about this already

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