12 abril, 2010

Real Messi vence Madrid no Santiago Bernabéu


No sábado, milhões de espectadores pelo mundo fora, puderam confirmar que o Barcelona é a grande equipa de futebol de Espanha e da Europa. Todos os milhões de euros gastos por mais um projecto megalómano Florentino Pérez foram por terra contra uma equipa chamada Barcelona. Não basta ter os melhores (como já aqui disse) é preciso continuidade, trabalho e acima de tudo uma verdadeira equipa na ascensão da palavra e ai Guardiola é rei e senhor.

O Barcelona entrou no Santiago Bernabéu de um modo diferente do habitual. Messi foi o avançado/médio centro. Puyol jogou a lateral direito, enquanto Milito jogou como titular no centro da defesa. Daniel Alves actuou como extremo- direito. Estas novidades justificam-se pela ausência de Ibrahimovic, a inexperiência de Bojan e a má fase de Henry. Mas as mudanças não se trataram apenas improvisos para colocar 11 jogadores em campo. Muito se deveu a uma adaptação táctica dos catalães.

O Barcelona respeitou o Real Madrid. Não poderia ser diferente: as duas equipas dividiam a liderança, os madridistas jogavam em casa e tinham Cristiano Ronaldo. Por isso, uma táctica diferente. Puyol ficou como lateral – onde já actuou algumas vezes, o suficiente para fechar melhor o lado direito, o preferido por Cristiano Ronaldo. Para não perder o potencial ofensivo de Daniel Alves, Guardiola colocou o brasileiro como (um atacante mais recuado) na direita. Messi ocupava esse espaço, mas já estava confortável actuando com mais liberdade, pelo meio. E assim foi.

A nova formação deu grande vantagem aos blaugranas no duelo pelo meio-campo. Daniel Alves e o jovem Pedro eram os extremos, mas ajudavam para marcar os laterais merengues. Messi era diferente, do meio do terreno, ia pela direita, pela esquerda, marcava e iniciava os contra-ataques. Xavi armava o jogo. Busquets e Keita ficaram mais fixos como médios-defensivos.


O Real Madrid ficou asfixiado. Gago ficava apenas na marcação, Xabi Alonso não conseguiu fazer nada com seus passes longos e Van der Vaart foi uma decepção. Marcelo tentava imprimir velocidade, mas teve apenas espaço nos raros contra-ataques merengues. Com Higuaín perdido entre a defesa culé, Cristiano Ronaldo era a única opção viável para o ataque do Real. E o português não fugiu do jogo. Tentou, mas sempre esbarrou na falta de companhia. Pellegrini foi acusado – e com alguma razão – de dar poucas opções para mexer tácticamente, até porque Kaká está lesionado e Granero (que tem sido aposta) nem no banco ficou.


A partida foi bastante táctica. O Real Madrid tomou a iniciativa, mas nada tinha criatividade. O Barcelona, sem a sua característica habitual de guardar a bola, preferia bloquear o adversário e estudar o oponente, fazendo um jogo de paciência. Nessa altura, quem tem mais talentos, leva maior vantagem. Num lançamento magnífico de Xavi, Messi cortou da esquerda para o meio, encontrando um espaço entre Albiol e Gago, driblou o primeiro com um toque de peito e abriu o marcador.

O golo apenas acentuou as características da partida. Os merengues aumentaram a sua suposta pressão, enquanto os catalães dispuseram de mais espaço para contra-ataques. Pedro ampliou o marcador numa dessas oportunidades e Messi poderia ter feito mais dois golos do género (Casillas defendeu). Perto do final da partida, quando a disposição defensiva relaxou, o Real Madrid aproveitou e até teve algumas hipóteses de reduzir.


O Barcelona teve mérito ao vencer o clássico na casa do rival. Xavi foi o grande jogador em campo, mas parte do crédito deve ser dado a Guardiola, por mostrar conhecimento da sua equipa, coragem para mudar a equipa num jogo importante e anular o adversário.

Pela primeira vez na história, o Barça vence duas partidas seguidas no Bernabéu - tinha, na época anterior, alcançado o inesquecível resultado de 2-6 - e dá um duro golpe ao único rival na luta pelo título. Ganhou o melhor.

Quanto a contas, o Barcelona tem três pontos de vantagem sobre o Real Madrid. Mas, na prática, são quatro. Os catalães têm vantagem no confronto directo e, em caso de empate pontual, ficam com o título.

Resultados da 31ª Jornada da Liga Espanhola 2009/2010

Real Madrid - Barcelona, 0-2 (Messi 33' e Pedro 56')
Málaga - Sevilha, 1-2 (Caicedo 17'; Cala 66', Lolo 85')
Villarreal - Sp. Gijón, 1-0 (Godín 16')
Maiorca - Valencia, 3-2 (Castro 6', Webó 21', Manuel Fernandes 63' npb; Jordi 47', Pablo Hernández 85')
Espanyol - Atlético Madrid, 3-0 (Víctor Ruiz 47', Osvaldo 68', Iván Alonso 91')
Athletic Bilbao - Almería, 4-1 (Javi Martínez 13' e 49', Gabilondo 32', Llorente 51'; Piatti 71')
Deportivo - Racing Santander, 1-1 (Riki 1'; Toni Moral 83')
Osasuna - Saragoça, 2-0 (Aranda 2', Vadocz 90')
Xerez - Getafe, 0-1 (Rafa 60')
Tenerife - Valladolid, 0-0

Vídeo

Real Madrid 0-2 Barcelona
Messi 33'
Pedro 56'


Todos os golos da 31ª jornada da Liga Espanhola


Fotos: AP

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